Pelo menos quinze (15) casos de mortes, milhares de vítimas, casas desabadas, campos devastados, estradas cortadas e danos materiais estimados em centenas de milhões. Este é o quadro sombrio das inundações registadas durante o mês de Agosto no Mali. As cidades mais afectadas são a capital Bamako, Gao, Bla, Ségou, Bougouni, Kani-bonzon, Douentza, entre outras. Essas diferentes regiões registraram séries de chuvas superiores a 100 mm. Contudo, não é apenas o efeito de chuvas excepcionais que está a causar as inundações. O transbordamento dos cursos de água, a fixação anárquica das populações nas suas servidões e o despejo de lixo nas sarjetas estão entre outras causas das cheias dos últimos anos.
Em qualquer caso, a Protecção Civil está a trabalhar arduamente para salvar vidas e reduzir os danos, enquanto fora da cidade de Bla, de momento, as vítimas de nenhuma outra região afectada beneficiaram da assistência das altas autoridades. A situação económica do país, beirando o catastrófico, provavelmente já existiu. Entretanto, as inundações deverão continuar, a julgar pelas previsões meteorológicas. Chuvas fortes são esperadas durante todo o mês de agosto e até mesmo no início de setembro. O serviço metrológico anuncia, de facto, quantidades significativas de chuva em locais com riscos muito elevados de inundações na maior parte do país. Na mesma esteira, espera-se a situação hidrológica com a continuação da subida dos níveis em todos os rios. O problema é que a maioria das vítimas é acolhida nas escolas e a sua presença corre o risco de perturbar o reinício das aulas, pelo menos no ensino público. A catástrofe causada pela abundância de chuvas também poderá trazer consigo um problema de saúde pública – particularmente na capital do Mali, onde as populações afectadas vivem com o lixo drenado pelas ondas. A fome também não pode ser excluída com os campos de cereais devastados pela água.